ESTOU QUE NEM POSSO

domingo, outubro 19, 2003

Aquele que, ao longo de todo o dia:
É activo como uma abelha,
Forte como um touro,
Trabalha que nem um cavalo,
E que ao fim da tarde se sente cansado que nem um cão
Deveria consultar um veterinário.
É bem provável que seja um grande burro!
C.A.
Rui Vieira 11:31 da tarde |

terça-feira, outubro 07, 2003

É bom chegar e sentir que alguém esteve também aqui.É bom poder ler as palavras que partilham connosco, e sentir a alegria de receber um presente tão bonito. As palavras tem a força de um abraço, e fazem-me sentir acarinhada.
Uma nova função do blog, muito diiferente daquela que é usada pelos pseudos intelectuais da nossa praça, o blog é um encontro de amigos que guardam nas palavras, o que só eles são capazes de perceber. Cada palavra é um grão de magia que nos aconchega a alma.
C.M.
Rui Vieira 12:36 da tarde |

segunda-feira, outubro 06, 2003

Sala de Espera, em 12 de Janeiro de 2003


Tic-tac. Tic-tac. O velho relógio de corda não cessa o seu ritmo. Tic-tac. Tic-tac. Tudo está a postos!
A folha meticulosamente pousada na posição ideal. A luz direccionada de modo a realçar o branco alvo, o lápis caprichosamente afiado para obter o traço perfeito. Tic-tac. Tic-tac.
Já com o lápis em riste pela quincagésima vez, a mente conjura mil e uma histórias mirabolantes e todas elas espectaculares....no entanto... a folha mantém-se imaculadamente branca. O criador enfrenta a sua maior crise. Não consegue materializar as suas ideias. Não está capaz de ordenar a sua história. Tic-Tac! Outro cigarro consome-se avidamente no ar gélido que o perturba. Mais uma chávena de café fumegante tenta acalmar a luta consciente contra o turbilhão emanado do sub-consciente inconstante. Tic-tac...tic-tac..tic-tac.

Agora de pé! Busca um lampejo de tranquilidade. Sabe que tem de vencer a demanda contra o tempo e deixa-se embalar pelo tic-tac. Absorve a harmonia rítmica, inspira-se na segurança do compasso temporal, compreende que é tudo uma questão de método. TIC-TAC já não é mais um adversário.
TIC-TAC é um amigo e do lápis jorram palavras fundidas numa lógica transcendental. Tudo bate certo. Um rápido relance pela folha antes alva e agora mais parece uma partitura musical.

O criador conseguiu o que nos parece sempre impossivel. Transformou a adversidade intransponivel do tic-tac num apoio para o seu objectivo. E, agora que o inferno terminou, tudo parece tão fácil. Afinal de contas o segredo foi aceitar o TIC-TAC. Compreender que ele existe, não querer acabar com ele. Foi tão fácil e é sempre tão fácil!
Basta respirar fundo, ter calma e aceitar os factos tais como eles são!

TIC-TAC (que belo som!)

um dos Rui´s
Rui Vieira 9:26 da tarde |