ESTOU QUE NEM POSSO

terça-feira, dezembro 09, 2003

O amor sempre nos guiou os passos, e muitas vezes nos desviou do nosso caminho.
O amor sempre foi nosso aliado quando não se transformava em nosso inimigo.
De que é feito o amor? De um olhar no momento certo? De uma palavra mais doce? De uma caminhada juntos?
Tudo se resume à pergunta o que é o amor?
Sei o que sinto, sei o que me move, mas não encontro palavras, talvez o amor seja isso não encontrar palavras nem cores para o pintar, porque o amor é sempre mais do que tudo que se consegue transmitir quando se quer defini-lo, e é impossível vesti-lo com roupagens para que além de alma tenha também um corpo.
Se sei que não o consigo vestir porque é que o quero pintar?
Talvez queira saber que amor é este que move as pessoas, e as faz virar tudo de pernas para o ar, e muitas vezes sem conseguirem encontrar um porto de abrigo.
Gosto de ouvir contar aquelas histórias, por vezes tão lamechas, de quando as pessoas se conhecem e se apaixonam. Mais do que as histórias em si, gosto da maneira como as pessoas as contam, e do brilho dos seus olhos, e o sorriso por vezes envergonhado e alegre, por vezes triste.
Lembro-me de um dia numa aula de português, quando professora falava da poesia e do amor, de uma colega, cujos os pais se tinham divorciado à pouco, depois de uns 30 anos de casamento, perguntar se era possível amar alguém a vida toda, a professora disse que o amor com o tempo evoluía e era uma mistura de amizade, respeito, companheirismo, e que para manter um relacionamento tinha que haver uma conquista diária. Talvez o amor entre um casal seja isso, uma conquista diária.
Quando penso em amor lembro-me de grandes tempestades seguidas de dias de bonança. Quando penso em amor lembro-me da minha mãe e do seu olhar tão meigo, lembro-me da minha prima Chica quando tinha um ano de idade e que sorria quando me via chegar, lembro-me da Filipa quando no outro dia eu queria que ela dormisse e ela queria-me sentir ao seu lado, e não adormecia com medo que eu me fosse embora.
Quando penso em amor lembro-me daquele abraço tão demorado que te dei e que não te queria largar com medo de acordar.
Não sei quais são as cores do amor, e nem do que é feito, mas sei onde o posso encontrar.
C.M.
Rui Vieira 1:47 da manhã |